Regulador fraco: um projeto de Governo.

 


Muito preocupante a situação do regulador do nosso mercado de capitais. Mas a quem interessa um regulador fraco, combalido?


Reféns de uma política administrativa repugnante, que privilegia descaradamente categorias com maior poder de fogo, literalmente, os superintendentes da CVM buscaram o seu presidente na tentativa de sensibilizar o homem da caneta, aquele que é visto como insensível (matéria da jornalista Juliana Schincariol no Jornal Valor Econômico do dia 07/1/22 – no link https://valor.globo.com/financas/noticia/2022/01/07/sem-reajuste-salarial-cvm-pode-perder-quadros-tcnicos-importantes-dizem-superintendentes.ghtml). Vale ressaltar que não se trata de assunto novo, como pode ser visto na postagem do Blog do dia 31/1/21 (https://www.blogdagovernanca.com/2021/01/o-xerife-esta-ficando-sem-municao.html).


Como se já não bastasse a ducha de água fria que é ver o Colegiado desconsiderar com frequência, muitas vezes por unanimidade, termos de acusação formulados com robustez (o caso dos R$ 150 milhões no bolso do famoso Júnior é o mais revoltante de todos), a área técnica da Autarquia sofre com a falta de concursos e de reajustes salariais; uma fórmula perfeita para o “malvado” mercado capturar excelentes profissionais gastando pouco.


Orçamento indecente, o menor em 13 anos (veja no link https://www.infomoney.com.br/mercados/orcamento-da-cvm-e-o-menor-em-13-anos-e-orgao-pode-paralisar-atividades/), remunerações acanhadíssimas (o todo poderoso “CEO” da CVM ganha pouco mais de R$ 16 mil/mês) e temos plano perfeito para deixar o Xerife sem ar.


Como sou adepto da linha do ex diretor da SEC Robert Khuzami ("A dissuasão funciona no mundo do colarinho branco"), entendo que o mercado só respeita o Xerife se ele tiver uma boa coleção de bordunas na mão; estilingue não funciona.


Abraços fraternos,

Renato Chaves

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