Trocando figurinhas com
um leitor assíduo do Blog, ativista de governança da melhor cepa, chegamos a
duas possíveis explicações para o pavor de alguns executivos em revelar a remuneração no
formato exigido pela CVM (33% das 100 maiores empresas brasileiras segundo a Revista
Capital Aberto):
Opção 1: "Medo de
perder o emprego para outro executivo que vai bater na porta da empresa para se
oferecer por remuneração menor."
Opção 2:
"Controladores travestidos de executivos estariam com receio de mostrar
ganhos estratosféricos."
Eu incluiria nessa
discussão filosófica uma 3ª opção: constrangimento.
Sim, os Administradores
ficariam constrangidos de revelar seus ganhos, ainda que a Instrução CVM não
vincule remuneração com CPF, por receberem muito acima da riqueza que agregam.
Ou seja, executivos ganham muito porque as empresas faturam muito, e não porque
eles fazem a diferença. Por outro lado o desconforto viria da discrepância de
remuneração em relação aos salários daqueles que efetivamente geram retorno de
longo prazo nas organizações (a relação entre maior remuneração e remuneração
média nas organizações brasileiras é vergonhosa - vide postagem de
25/1/15). Quanto vale um engenheiro que lidera uma equipe que projeta um
avião?
Por fim, uma pergunta
provocativa: por que será que as entidades que defendem com unhas e dentes as
boas práticas de GC fazem um silêncio ensurdecedor diante desse tema? Que tal
atuar como “Amicus Curiae” (parte interessada) na ação judicial?
Abraços a todos,
Renato
Chaves