Os pilotis que inspiram.
Mais uma vez tive a
oportunidade de assistir o já tradicional Seminário de Direito Empresarial da
PUC-Rio, que chegou na sua 16ª edição nos dias 23 e 24/10.
Um estranho no ninho, talvez
um dos poucos não advogados da plateia, repleta de alunos de graduação,
renomados professores e ilustres convidados. Resumindo, a nata do saber quando
se pensa em direito societário.
Caminhar pelos famosos
pilotis da PUC-Rio, praça de alimentação e ponto de encontro para os alunos de outros
prédios, me faz voltar ao passado, origem do meu gosto por demonstrações
financeiras, formulários de referência e outros itens quando estudei no
longínquo prédio do IAG, praticamente no meio da mata.
O debate foi muito produtivo,
ainda que o ego inflado de proeminentes e já folclóricas figuras do mundo
corporativo tenha levado ao monopólio do uso do microfone, e saio do Seminário com
uma ideia nova após ouvir os palestrantes do painel “Invalidades no direito
societário”.
Aprendi que o melhor caminho
para reverter uma deliberação assemblear que afrontou a Lei – no caso
específico que acompanho desde abril/25 a eleição de um conselheiro que não
possuía reputação ilibada – é tentar a anulação via judicial e que o prazo
prescricional é de 2 anos.
Como de onde nada se espera
é daí que não sai nada mesmo, leia-se CVM (o ombro amigo, a mão que afaga), vou
estudar com carinho esse caminho, juntamente com amigos advogados.
Será que veremos um nano
acionista com 4 ações, que valem menos de R$ 100,00, impedir a eleição de um
acionista controlador bilionário (fortuna avaliada pela Forbes em US$ 2,1
bilhões), só porque o nobre administrador desviou R$ 110 milhões da Cia. usando
contratos fraudulentos para pagar propina a deputados, e que tal fato o fez
perder definitivamente a condição de “homem probo, possuidor de reputação
ilibada”? Ah, supostamente desviou, alega a Cia., mas fato é que o conselheiro devolveu
o dinheiro desviado e celebrou um terminho de compromisso com a CVM pagando R$
10 milhões de multa, tudo isso sem confissão de culpa. No Ministério Público
negociou uma multa de R$ 1 bilhão para evitar uma longa estadia na Papuda.
David (R$ 100,00) x Golias
(US$ 2,1 bilhões), versão século XXI? Manterei meus queridos leitores
informados.
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