Para que Conselho de Administração se existe um super-homem no comando?


A remuneração de boa parte dos presidentes de conselhos de administração pode ser considerada obscena.


A fotografia é quase sempre a mesma: o fundador-acionista controlador sai da atividade executiva e assume a presidência do conselho. Ninguém questiona a capacidade intelectual-empresarial desses profissionais, mas não dá para aceitar que a remuneração seja tão exorbitante a ponto de superar a menor remuneração no Conselho em até incríveis 48.429% (Pão de Açúcar – dados disponíveis nos Formulários de Referência – item 13.11). Na minha modesta opinião qualquer percentual acima de 50% é questionável (marcas em amarelo para percentuais acima de 50%), lembrando que perante a Lei todos os conselheiros carregam as mesmas responsabilidades. Fica parecendo uma forma pouco republicana de aumentar os ganhos do acionista controlador - dividendo disfarçado na cara dura (veja matéria da jornalista Naty Falla na Forbes - https://forbes.com.br/forbes-money/2022/07/quanto-ganham-os-integrantes-de-conselho-mais-bem-pagos-do-brasil/).


E o que dizer de um presidente de conselho que fica com 91,3% de toda a verba destinada a remunerar todo o conselho (Magazine Luiza - marcas em amarelo para percentuais acima de 40%)? Farinha pouca meu pirão primeiro, diz o ditado (a média é 32,5% excluído da amostra o Assaí que não informou a maior e a menor remuneração).


Quem define a distribuição dessa polpuda verba, que pode chegar a R$ 83,4 MM (Natura)? O presidente do conselho vota? Alguém já viu uma ata tratando o assunto? Ou tudo é feito na calada da noite? É conflito de interesse que chama?


Assunto delicado, não é?






Abraços fraternos,

Renato Chaves


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