Rasguem os estatutos sociais: o que vale por aqui é a leitura poética das leis.
Vale até cobrar pelo uso
do nome da família... que diferença isso faz na produção? Muda o nome para
Klabex e manda a família viver de dividendos, como os demais acionistas. O
século 19 já era Dolores.
Tem rompimento de contrato
de longo prazo firmado com empresa que foi criada para capturar valor não
“percebido pelos investidores”... Esqueçam o que foi dito (tem gente que gravou
a áudio conferência...) e escrito, com um sorriso nos lábios.
Quem não lembra da GVT,
operação que rendeu poucas e boas na CVM? Esse setor de telefonia sempre rendeu
fortes emoções...
E o pagamento milionário
para comprar a fidelidade do super-executivo Júnior?
Incorporação suspeita de
incorporadora imobiliária? Nós temos aqui também...
Tem fusão de empresas de
papel só no papel, deixando minoritários sem alternativa.
Tem operação criativa de
empresa de shopping, e não é liquidação de lápis vermelho – eita mercadinho
difícil esse...
E por fim, o supra sumo da
desfaçatez, a aquisição de controle da líder mundial do mercado de avião
regional pela gigante norte-americana, atropelando o estatuto social da Cia. (estatuto
com letra minúscula mesmo), chamando a obscura operação pelo pomposo nome de
“parceria estratégica”. Será que o conselho de administração vai ter a coragem
de aparecer na assembleia do dia 26/2? Ou vai fazer aquilo que 99% dos
conselhos fazem – contratar um advogado figurão (se não for um ex CVM não tem
graça) para comandar o “espetáculo” com uma borduna na mão e ficar em uma
salinha escondido, esperando o final do conclave para brindar com garrafas de
Veuve Clicquot. Estarei lá para conferir, sem brindes por favor.
Investidores,
especialmente os institucionais, não enxergam que um ganho momentâneo de algumas
migalhas por intermédio de operações “criativas” torna o mercado suscetível a
novas “aventuras”: um papel em branco aceita qualquer desaforo, ainda mais se
vier anexada uma “fairness opinion” de um grande banco.
O que querem? Ficar
correndo atrás de gestor que ofereça um ETF meia boca ou fomentar o mercado
local?
Estão arrumando um jeito
de aniquilar a já corroída confiança do nosso minúsculo mercado (vale mais
abrir o capital lá fora?).
Abraços a todos,
Renato Chaves
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