Programa de Integridade não é para guardar na gaveta e visitar uma vez por ano.
A chamada Lei
Anticorrupção nº 12.846 e seu respectivo decreto regulamentador nº 8.420 preveem
a criação, e posterior monitoramento de um programa de integridade, mas tem
gente achando que basta criar um pomposo Código de Ética, indicar uma “autoridade”
da instância interna para ser o “pai” da criança, fazer meia dúzia de
treinamentos no auditório e contratar um “ente externo” para operacionalizar o
canal de denúncias.
Esquecem, conselhos de
administração e fiscais, que é obrigatória a análise periódica de riscos para
realizar adaptações necessárias ao programa. O que dizer do relato que ouvi de
um atento conselheiro de administração de uma grande empresa, uma dessas
envolvidas em casos de corrupção, sobre o resultado da 1ª análise do relatório
de denúncias recebidas com predominância de denúncias de assédio sexual? O
número de registros era alarmante, segundo o experiente conselheiro. Será que
existia uma orientação do RH da Cia para a empresa terceirizada só encaminhar
funcionárias com perfil “menina bonita e novinha” para trabalho de recepção de
visitantes? Quando isso vai deixar de acontecer no nosso país?
E o Conselho Fiscal, como
pode ajudar? Além de ajudar nesse monitoramento, mediante a análise regular de
relatórios, o órgão deve estar atento a todos, repito TODOS os registros
contábeis. Não basta esperar comodamente o ITR ou a DFP, tem que olhar
lançamentos nos balancetes mensais analíticos, conta por conta, para obter o
máximo de segurança na observância da referida legislação, que trata de “registros
contábeis que reflitam de forma completa e precisa as transações da pessoa
jurídica”.
Não tem como garantir 100%
que o gerente comercial de Bangladesh não vai usar a verba representação de US$
500,00 mensais para pagar um almoço com uma autoridade local, mas a empresa tem
como provar que fez de tudo para evitar tal comportamento.
Resumindo, o assunto é sério,
é de todos e o que conta são as ações adotadas, de forma continuada e não por
espasmos.
Abraços a todos,
Renato Chaves
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