Será que os ativistas-paraquedistas vão aparecer no Congresso do IBGC?


No momento que as inscrições para o Congresso do IBGC são abertas (imperdível com Bob Monks confirmado...) surge a dúvida: será que os ativistas-paraquedistas vão aparecer?
Nos 3 dias do ICGN não apareceu um.... E certamente não foi por críticas ao local escolhido, afinal quem não aprecia um hotel em frente a magnífica praia de Copacabana? Quem sabe eles aparecem no Congresso do IBGC, em Sampa (22 e 23/10), que não terá a mesma vista, mas apresenta uma relação custo-benefício bem melhor?
Ativistas-paraquedistas são aqueles que se intitulam defensores das minorias, dos fracos e oprimidos e das melhores práticas de GC, mas que nunca aparecem nos seminários e palestras para discutir com profundidade e seriedade aspectos conceituais da GC. Eles devem achar que discussão conceitual é chata, poética, coisa de gente que não tem o que fazer. Participação em comissões do IBGC ou ajudar na construção de cadernos de governança? Nem pensar. Vai ver nem associados eles são. Outro dia uma representante de um desses investidores se infiltrou sorrateiramente (literalmente) em uma palestra do IBGC em Sampa, e com todo a sua empáfia e arrogância, digna de “CEO capa da Exame”, arrotou desaforos sem ter a dignidade de dizer o próprio nome e onde trabalhava – saiu fugida, como vilã de novela da Globo, sem sequer ter tempo de dizer adeus....
Ainda que todas as operações feitas por esses investidores sejam legais, todas passam a ser questionáveis sob a ótica da ética dos negócios quando falta transparência sobre as posições compradas, vendidas ou alugadas dessa turma. Alguns atuam fazendo hedge de posições e são movidos pela grande pergunta: qual empresa poderá fazer uma operação, em curto espaço de tempo, que nos permita arbitrar, seja comprando ações na outra ponta da operação, entulhando a CVM de reclamações pela defesa de direitos dos “fracos e oprimidos” ou até operando a descoberto (tipo de operação recentemente proibida na Espanha e Itália)? Análise fundamentalista, interação com os executivos de uma empresa para fazer o negócio crescer? Podem esquecer, isso não faz parte da estratégia.
O ceticismo saudável sempre deve prevalecer nesses fóruns, com os seguintes questionamentos: quem está falando investe diretamente ou trabalha para um gestor que investe? Se investe, há quanto tempo o papel está na carteira? Comprou mês passado, vendeu anteontem e recomprou ontem? Tem posição alugada? Opera a descoberto? Está posicionado na outra ponta da operação?
Abraços a todos e uma boa semana,
Renato Chaves

Comentários

  1. Renato,

    Perfeita observação!!!Muita gente critica e não faz nada, não participa, não coloca a cara a tapa...
    Parabéns!!!
    Nos encontramos no Congresso do IBGC.
    Abs,
    Elsie Sarmento

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  2. Curiosa sua menção ao fato de poucos investidores e até fundos participarem do ICGN.
    De fato a ausência destes “players” foi percebida e até objeto de questionamento publico por parte de um dos panelistas.
    Nem assim houve comoção para aumentar a participação.
    Um daqueles questionamentos tipo “ tostines” – não temos cultura organizacional por que somos desorganizados socialmente ou somos desorganizados enquanto sociedade e portanto não temos cultura empresarial ou organizacional.
    Talvez o comportamento exteriorizado nestes níveis ditos de boa formação, nossa busca incansável do jeitinho, seja apenas mais uma demonstração de nossa fragilidade de nos organizarmos enquanto nação.
    Artur Neves

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