CVM: reflexos nefastos da porta giratória.

 A saída da procuradora-chefe da CVM escancara os reflexos nefastos da captura da Autarquia pelo “mercado”. Nunca a porta giratória foi tão intensamente utilizada (veja o furo de reportagem da jornalista Jenne Andrade no link https://einvestidor.estadao.com.br/negocios/procuradora-chefe-da-cvm-comunica-saida-do-cargo/).

Isso porque o constante entra e sai de agentes de mercado no Colegiado, especialmente advogados que quase sempre antecipam o término do mandato para “surfar na onda” do mercado, reforça o sentimento de que os conflitos de interesses são potencializados e que a função punitiva perde força, uma vez que o acusado de hoje pode ser o cliente do amanhã.

Diante da recente confusão envolvendo o presidente interino e a procuradora-chefe da CVM a corda rompeu do lado mais fraco.

Por essa e outras defendo que o Colegiado seja formado exclusivamente por funcionários de carreira do Estado, como servidores da CVM, Receita Federal, BACEN, etc., com diversidade de gênero (Colegiado 50/50 e rodízio na presidência) e de formação (administradores, contadores, economistas, engenheiros e outros profissionais), acabando com essa perversa confraria de advogados. Proposta solitária e sonhadora.

Abraços fraternos,

Renato Chaves

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