Parabéns Magazine Luiza !!!
Uma pausa nos
levantamentos sobre remuneração de executivos para comentar a iniciativa pioneira
da Magalu.
Não vou entrar no mérito
sobre os ataques insanos nas redes e até de “nobres” deputados, nem sobre as
justificativas da empresa, pois entendo que a resposta elaborada pelo CEO
sepulta o tema (veja o artigo no link https://braziljournal.com/por-que-criamos-um-programa-de-lideranca-so-para-negros).
Afinal, quem deve definir
a política de recursos humanos de uma empresa privada? A própria empresa, desde
que esteja respeitando a legislação trabalhista, certo?
A Magalu revelou que,
apesar de contar com mais de 50% de força de trabalho de negros e pardos, menos
de 16% de seus líderes são negros; no chamado Comitê Executivo nenhum.
A empresa quer mais
diversidade? Palmas e mais palmas...
E os tais fundos de
investimentos que se dizem seguidores de práticas ASGI? Deveriam apoiar a
iniciativa para não parecerem que tem um discurso inócuo e de puro marketing?
Vale registrar que a PREVI apoiou publicamente a iniciativa .... Mais algum
investidor institucional brasileiro?
Já
escrevi sobre o tema várias vezes e até sugeri para a CVM uma alteração no
Formulário de Referência, no sentido de tornar obrigatória a divulgação de
informações sobre diversidade – percentual de negros e mulheres no quadro de
funcionários e em cargos gerenciais (veja postagens de 20/10/19, 9/3/19,
12/1/18, 28/1/17 e outras disponíveis no link “Tema-diversidade” disponível na
lateral da página do Blog). Importante ressaltar que mesmo as empresas que
elaboram relatórios de sustentabilidade não compartilham esse tipo de
informação. E ainda que essa nova “obrigação” não resultaria em qualquer tipo
de custo adicional, uma vez que se trata simplesmente de termos a divulgação de
informações já existentes internamente.
A minha proposta, feita na
Audiência Pública SDM nº 10/16 foi a seguinte: “ item 14.1 do Formulário
de Referência – inclusão de tópico com informações sobre diversidade,
destacando os percentuais de participação negros e mulheres em cargos
gerenciais e na massa de empregados das companhias. JUSTIFICATIVA: no momento
que se discute, na esfera legislativa, a imposição de quotas nos conselhos de
administração, acredito que a divulgação desse tipo de informação sobre
diversidade contribuirá para o debate, revelando práticas na base e no meio da
pirâmide organizacional”.
A justificativa para a
negativa foi “os temas apresentados são meritórios. Contudo, entendeu-se que o
mais adequado é que eles sejam analisados em novo projeto normativo, de forma a
propiciar uma discussão mais ampla com o mercado e a oportunidade de todos os
interessados na informação opinarem sobre sua revisão.”
Pois é CVM, parece que o
bonde da história está chegando, e bem rápido: se a legislação não mudar logo o
“mercado” vai regular sozinho a matéria; só ficarão de fora aquelas empresas
conhecidas de todos, que odeiam sistematicamente qualquer tipo de transparência.
Abraços fraternos,
Renato Chaves
P.S.: mais uma vergonhosa disputa na justiça chega ao fim, com o STF reconhecendo que a CVM tem poderes para regular os auditores independentes (veja a matéria no link https://www.jota.info/paywall?redirect_to=//www.jota.info/tributos-e-empresas/mercado/stf-cvm-auditores-independentes-23092020). Muita cara de pau ganhar dinheiro no mercado de capitais e não aceitar os holofotes do xerife.
Olá Renato. Acabei de assistir no Youtube o vídeo do "Fórum AMEC de Investidores 2015: Remuneração dos administradores". Muito interessante. Pra minha surpresa, você realmente tem um blog kkkkk. O tema é bem interessante e pouco comentado pela maioria dos educadores financeiros da internet. Parabéns pelo conteúdo. Adicionarei seu blog a minha lista de Favoritos de Assuntos Interessantes para se tornar um investidor melhor. Sobre o post, uma ótima iniciativa da Magalu.
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