Será que os conselheiros “bananas” estão com dias contados?



Quem já participou de uma reunião de conselho, de administração ou fiscal, sabe muito bem quem se enquadra no perfil “conselheiro banana”.

Geralmente é alguém escolhido por relacionamentos muito próximos com os gestores, algo quase íntimo. Ou foi colega no Citi do diretor financeiro ou fez a mesma faculdade do CEO. Por vezes é vizinho de condomínio no Guarujá/Angra, onde os barcos encostam cascos ao sabor das marés.

São profissionais muito competentes, verdadeiros lordes, com independência intelectual e financeira, mas com dependência emocional. São incapazes de questionar firmemente os gestores, pois não querem ser rotulados como “chatos”. Terminam sendo omissos.

Instigada pela AMEC, o nosso xerife respondeu que “diante da competência atribuída por Lei aos membros do Conselho de Administração e, principalmente, a fim de cumprirem com seu dever de diligência, é recomendável que os conselheiros apreciem com antecedência as informações financeiras”. E, sobre a necessidade de averiguar as demonstrações financeiras a cada trimestre, a AMEC identificou 67 (!!!) empresas onde os conselhos não se manifestaram (as cartas podem ser acessadas pelo link: http://www.amecbrasil.org.br/resposta-da-cvm-a-carta-presi-amec-13-de-2013-3/). Conclusão: a Lei não obriga, mas quem não acompanha os números está sendo negligente.

Acreditem: ainda nos dias de hoje tem conselho de grande empresa que só se reúne a cada 3 meses !!! Uma piada. E tem S.A. que, mesmo possuindo os mais modernos sistemas de gestão, não fornece fácil acesso aos seus números. O conselheiro mais cético e atuante é visto como um chato, que fica procurando pêlo em ovo.

Parabéns AMEC por mais essa iniciativa. Ativismo não se faz com discursos acadêmicos e declarações rebuscadas, e sim com ação.

Abraços a todos,
Renato Chaves

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