2012: ano de eleições... A sua empresa está preparada?

Considerando que as discussões sobre o processo eleitoral no nosso Brasil ainda não foram finalizadas – lista fechada, financiamento público de campanha, etc. – seria prudente todos os investidores e administradores perguntarem o seguinte: a empresa onde invisto/atuo adota uma “Política sobre contribuições e doações”, na forma preconizada pelo Código de Melhores Práticas de GC do nosso querido IBGC (em seu item 6.6)? Compete ao Conselho de Administração aprovar todos os desembolsos relacionados às atividades políticas? A empresa divulga anualmente todas as contribuições do gênero?
Diz o texto do IBGC: “A fim de assegurar maior transparência sobre a utilização dos recursos dos seus sócios, as organizações devem elaborar uma politica sobre suas contribuições voluntárias, inclusive políticas. O Conselho de Administração deve ser o órgão responsável pela aprovação de todos os desembolsos relacionados às atividades políticas. Anualmente, a organização deve divulgar, de forma transparente, todos os custos oriundos de suas atividades voluntárias. A política deve deixar claro que a promoção e o financiamento de projetos filantrópicos, culturais, sociais e ambientais devem apresentar uma relação clara com o negócio da organização ou contribuir, de forma facilmente identificável, para o seu valor.”
Não se faz democracia sem recursos para financiar as campanhas; muitos de nós já contribuíram para campanhas de conhecidos ou de políticos em que acreditávamos (sim isso é possível e os cariocas lembram saudosamente das festas no Clube Lagoinha). Mas recordar é viver.... Vocês certamente lembram que o uso de contratos com empresas de publicidade para “justificar” contribuições “não republicanas” para campanhas políticas atingiu em cheio a imagem de 4 importantes empresas de capital aberto (processos CVM RJ2006/1778, PAS18/2005 e PAS24/2006)? Uma delas, da terra do pão de queijo, já comprou a sua carta de banco imobiliário (aquela... fique livre da cadeia) e extinguiu o processo (traduzindo: fez um singelo Termo de Compromisso comemorado no Eça ou no Giuseppe). As outras continuam respondendo os processos, talvez por conta da economia na hora de colocar zeros à direita da proposta. Em todas elas a responsabilidade caiu no colo de um ou no máximo dois administradores (aparentemente os demais administradores não sabiam de absolutamente nada – incrível!!!). Uai, mas o mais engraçado, se é que essa bagaceira toda tem alguma graça, é que a grande discussão no julgamento da proposta de termo de compromisso do CEO das Alterosas foi sobre a destinação do valor proposto (R$ 1 milhão): se iria recompor o caixa da Cia. lesada (já que não dava para recompor a reputação abalada perante o mercado) ou dormiria no Grande Cofre de BSB? Por 3x1 ficou decidido que o milhãozinho iria ajudar a recompor o cofre da empresa lesada. Inabilitação para o CEO (já falecido)? Não, esqueça isso, tal punição sequer foi ventilada.
Que tal cobrar logo que a empresa “pratique ou explique”....
Abraços a todos, uma boa semana e um excelente 2012,
Renato Chaves

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