"Erro contábil", caso de polícia tratado como falha operacional.


A proliferação dos chamados "erros contábeis", também conhecidos como "a-arte-de-manipular-resultados-para-enganar-investidores" ou simplesmente fraude, merece atenção especial dos investidores, reguladores, do mundo acadêmico e quiçá do Papa Francisco.

Sob a ótica dos investidores, e por tabela dos reguladores, considerar essa "variável" como um fator de risco, inclusive com destaque no item 4 dos formulários de referência e nas cartas de opinião dos auditores, serviria para alertar a todos sobre a nossa triste realidade: existe uma liberdade regulatória e, principalmente, um grande interesse por parte dos acionistas controladores e executivos em manipular resultados, ora revelando lucros bilionários que suportam bônus galácticos e distribuições de lucros fictícios, ora revelando envergonhados prejuízos, sabe-se lá com que finalidade.

Já no mundo acadêmico minha sugestão, na qualidade de ex aluno do curso de mestrado em Ciências Contábeis da UFRJ, é a criação de duas cadeiras nos cursos de mestrado/doutorado para ajudar na identificação das possibilidades de manipulação de resultados, não somente à luz dos casos conhecidos, mas também pelo estudo das “brechas” regulatórias. Enquanto a cadeira ””Erros” contábeis e manipulação de resultados I” se dedicaria a estudos de casos, a cadeira seguinte “”Erros” contábeis e manipulação de resultados II” teria seu foco na identificação das possibilidades de “leituras criativas” dos CPCs. Garanto que as turmas ficariam lotadas.

Vamos deixar o eufemismo de lado: falha operacional só se for de caráter. O nome disso é F-R-A-U-D-E !!!

Por falar em fraude, cadê o Ministério Público para tratar desses crimes contra a poupança popular?

Abraços fraternos,

Renato Chaves

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