Por um IBGC sem empresas !!!
Caro associado, o que você
acha de ter um guia de melhores práticas de governança corporativa patrocinado
por duas instituições criadas/mantidas por empreiteiras investigadas frequentemente
por formação de cartel, corrupção, lavagem de dinheiro, etc., etc., etc....? (dica esperta: uma é baiana e a outra
tem sede na Vila Olímpia)
E no nosso congresso? Cadeiras
forradas por logotipo de uma empresa cuja expulsão já foi avaliada pelo
conselho de administração do nosso Instituto em passado recente, por conta de
inúmeras operações societárias contra minoritários? E que hoje está envolvida
em uma fraude contábil/financeira de €$ 800 milhões, ora pois !!!
O clima do evento
realizado no dia 4/2 era de festa, mas não tem como ficar calado. Ainda que o
valor pago anualmente por essas empresas seja importante para as finanças do nosso
Instituto, a presença no quadro de associados tira a liberdade do IBGC de
criticar posturas, como a não divulgação da remuneração de Administradores nos
Formulários de Referência, e nada agrega ao debate. Se formos avaliar o
comportamento de cada empresa no mercado e a aderência ao nosso Código de
Melhores Práticas desconfio que todas elas deveriam sofrer algum tipo de
advertência ou punição maior.
Essas empresas somam ao
debate, é importante ouvi-las, dizem os que defendem a “misturada”. Ora bolas, tais
empresas não participam de comissões ou dos fóruns de debates (medo de
aparecer?) e, quando muito, mandam burocraticamente representantes nos
congressos. A atuação, se acontece, se dá mais por iniciativa pessoal do que
institucional. Quantas vezes já ouvimos “não é a posição oficial da empresa”....
Se realmente queremos ouvir
a opinião dessas empresas, o melhor caminho é fomentar a filiação direta de
seus administradores, quem sabe até oferecendo vantagem financeira para as empresas
que filiassem 5 ou mais conselheiros, por exemplo.
Devemos voltar às origens,
como um instituto somente de pessoas físicas.
Porque lugar de empresa é
na ABRASCA !!! E como diria Caetano devemos “purificar o Subaé”.
Abraços a todos,
Renato
Chaves
Meu caro Renato,
ResponderExcluirVc levanta um ponto sutil, porém da maior importância em relação à eterna dúvida entre contar com o suporte financeiro de qualquer instituição contrapondo a busca da transparência e das melhores práticas e intenções de seus membros.
Sou a favor de aprofundar este debate.
Ainda que este fórum pudesse não ser o mais apropriado para a liberdade poética dos trocadilhos, não resisti aproveitar o momento atual da nação para, na esteira de Caetano, parafraseá-lo: devemos "purificar a suruba, né?"
Raul Cavallari, rcavallari@metagestao.com.br
Caro Raul,
ExcluirUm colega conselheiro certificado sugeriu, reservadamente, que o IBGC expulse as empresas que afrontam o seu Código de Melhores Práticas. Desconfio que se isso for feito não sobrará nenhuma empresa de capital aberto.
Melhor não tê-las. E negociar a filiação dos conselheiros dessas empresas como pessoas físicas.
Um forte abraço,
Renato Chaves