Códigos de Ética: o abismo entre o discurso e a prática.
O discurso da empresa cheirosinha:
“a credibilidade em nossa Cia é um ativo relevante e inegociável.... também
inclui nosso comprometimento, pessoal e profissional, de agir sempre com
honestidade, integridade, responsabilidade e respeito... Como associado, você tem
a responsabilidade de preservar a reputação da Cia.”
A prática: recente decisão
do STJ concluiu que “representa violação contratual a conduta do locatário que,
a despeito de ter assumido a obrigação de efetuar pagamento do aluguel com base
no faturamento, instala ponto de vendas de produtos pela internet, que são
faturados em nome de empresa diversa”. Em bom português, a empresa cheirosinha fraudava
o locador de imóvel (um prestigiado shopping center na Cidade Maravilhosa), com
base em uma decisão estratégica de sua Administração.
Esse mesmo grupo controla
outra empresa conhecida no mercado pela postura agressiva de gerentes na área
de vendas. Quem entra na empresa sabe que está entrando em um “moedor de carne
humana” (frase que ouvi de um excelente profissional que saiu da Cia. por vontade
própria depois de 3 anos de sofrimento). Fato comprovado pela condenação pelo
TRT-RN em 2006 por conta do tratamento vexatório dispensado aos trabalhadores
que não atingissem metas de vendas. Receber e ouvir insultos, pagar flexões de
braço, dançar na boquinha da garrafa, assistir à reuniões em pé, desenhar
caricaturas no quadro, virar a mesa da equipe que não batia as metas,
fantasiar-se e sair andando pelas dependências da empresa, atribuir apelidos,
inclusive, reveladores de certo grau de discriminação, e mais outras tantas
prendas, eram práticas impostas aos empregados que não atingiam as metas exigidas
pelos supervisores da Empresa. Resultado: multa de R$ 1 milhão e a assinatura
de um TAC. Nada que uma loira gelada na mesa de um bar não resolva.
Pois bem, esse mesmo grupo
é idolatrado pelo mercado, que lê biografia chapa-branca como quem lê um livro
auto-ajuda e fica atento às novas investidas do trio, que de bobo não tem nada.
Ética definitivamente não se escreve com G...
Aliás, todos os investidores
institucionais deveriam excluir esses ativos de suas carteiras, especialmente
os signatários do PRI (Principles for Responsible Investment).
Abraços a todos,
Renato
Chaves
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