Ainda dá tempo de salvar a AGO.....
Quem vai presidir a AGO da empresa onde você é conselheiro ou investe? Não vale mandar “aquele” advogado de sempre....
O evento de prestação de contas anual, e por tabela a responsabilidade pela condução desses encontros, é algo que começa a ser olhado com carinho no Brasil, na medida em que mais empresas optam por um modelo de assembleia mais participativo, com um espaço para interação entre acionistas e administradores, especialmente nas empresas com controle difuso. Essa postura, já adotada por grandes empresas como, Embraer, BrFoods, BM&FBovespa e Usiminas, ganhou as páginas dos jornais com o evento da Natura em 2010 que, devido ao sucesso, já planeja repetir a dose em 2011, conforme matéria publicada no jornal Valor da última 5ª feira (“Acionistas bem-vindos“ – fl. D1).
Mas infelizmente essa prática, que sempre fez parte da rotina das empresas listadas nos países europeus e nos EUA, por aqui ainda é visto como uma aporrinhação, o que faz com que empresas brasileiras deixem a condução da AGO a cargo do DRI ou de um advogado, quase sempre externo aos quadros da Cia. e contratado a peso de ouro para o evento. Um verdadeiro absurdo – um exemplo de mau uso dos recursos da Cia. Além dessa situação, o nosso mercado convive com o fato de algumas empresas darem mais importância para as reuniões com analistas do que para a AGO, ou seja, o diálogo franco e aberto não acontece com os “donos” da empresa mas sim com aqueles que podem influenciar a cotação da ação da bolsa. E mesmo considerando que a participação dos investidores nas reuniões com analistas é permitida, tais encontros não têm o caráter deliberativo de uma AGO.
Como diria Moraes Moreira e Cia. (e viva a Bahia!): está na hora dessa gente bronzeada mostrar o seu valor.... Transplantando o refrão para o universo corporativo: está na hora do presidente do conselho de administração sair da sua zona de conforto (termo muito utilizado no nosso mercado de capitais), afinal ele é um líder único na organização, como podemos provar pelos extensos currículos e pelas remunerações diferenciadas (algumas até milionárias) que são pagas a muitos deles.
Bom artigo! Obrigado por analisar este tema importante.
ResponderExcluirPrezado Kevin,
ResponderExcluirO assunto está ganhando importância como podemos comprovar pela edição do "Caderno de Boas Práticas para Assembleias de Acionistas" do IBGC. Aconselho a leitura por todos os interessados nas boas práticas de GC. Um abraço, Renato Chaves
Oi, Renato:
ResponderExcluirMuito boa abordagem! Eu acredito que experiências como a da Natura, realizando a AGO junto com a reunião da APIMEC, sejam seguidas por companhias que, de fato, têm na sua agenda de Governança Corporativa uma aproximação maior e de mais qualidade com os seus acionistas, principalmente os minoritários. O próprio Diretor Executivo de Governança Corporativa da Natura, Sr. Moacyr Salstjein, disse que foi procurado por algumas companhias para relato da experiência. A grande questão, me parece, é o custo para se movimentar esta logística. Oras bolas, a companhia não pertence a uma só pessoa e o dinheiro pertence aos próprios acionistas (mesmo o capital de terceiros que deve ser pago com receitas da companhia). Portanto, eu defendo as reuniões públicas da APIMEC, mas concordo que não pode ser o canal mais valorizado pelas companhias. O DRI do Itaú-Unibanco afirmou que o banco prefere realizar várias reuniões públicas da APIMEC em vários estados e convidar os investidores locais para participarem do evento. Ok, mas quem conduz estas reuniões? E o caráter deliberativo como vc tão bem frisou? Os principais administradores estão presentes? Se sim, ok. Se não, é uma questão a se pensar com mais seriedade. Devo parabenizar a Natura por esta iniciativa.
PS:- Fiz a minha inscrição para o evento no IBGC em São Paulo do qual você será um dos participantes. Me parece que será no dia 26/04. Até lá.
Um grande abraço,
Paulo Rogério Lima