Revisão do Novo Mercado: conselhos preguiçosos ou reféns dos executivos?

 

A votação sobre mudanças no Novo Mercado nos revela que existe uma espécie de “vanguarda do atraso”, empresas que votaram contra todas, isso mesmo, todas as propostas de mudanças sugeridas pela B3, mudanças tímidas diga-se de passagem.

Nada a estranhar, pois no nosso mercado tem gente famosa que defende a volta das ações PN, além das ações ON com superpoderes.

Culpa dos conselhos de administração, omissos nas discussões? Pode ser. Ou discutiram sem profundidade, emprenhados pelos ouvidos nas burocráticas reuniões comandadas pelos executivos? Muito provável.

Um importante estudo, elaborado pela professora e consultora Angela Donaggio e publicado no site RESET (https://capitalreset .uol.com.br/opiniao/novo-mercado-rumo-a-insignificancia/) e complementado por uma postagem no LinkedIn (https://www.linkedin.com/posts/angela-donaggio-palestrante_governanca-governancapravaler-formavsessencia-activity-7350991458981548032-z9no?utm_source=share&utm_medium=member_desktop&rcm=ACoAAAniLXUBAHuo4snVBc2pwEDwg3edBwnkg-w), revela que empresas “famosinhas no mercado”, muitas do Ibovespa, que afirmam possuir compromisso com as boas práticas de Governança Corporativa, como BRF, Engie, Fleury, Hapvida, Magazine Luiza, Marfrig, Raia, Rede D’Or, Suzano, Vibra, WEG e Ultrapar, boicotaram a reforma de forma pouco transparente. Será que os conselhos discutiram a questão ou se limitaram a seguir a a orientação da poderosa/retrógada associação de empresas listadas?

Vale a pena conferir a lista completa, copiada com a devida autorização da autora:

 


Mas nem tudo são trevas. Temos que enaltecer o trabalho de oito solitárias empresas que aprovaram todas as propostas da B3. Merecem aplausos e uma reflexão: será que não chegou a hora dessas empresas dignas adotarem de forma espontânea as alterações sugeridas e liderarem um movimento de saída da bolorenta associação de empresas listadas?



E os investidores, vão continuar limitados à remessa de burocráticas cartinhas para buscar o engajamento voluntário das empresas que vivem na governança do século passado?

Abraços fraternos,

Renato Chaves

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