Fato relevante no Brasil é uma chacota. E a CVM aplaude.
Mais uma semana e mais descrédito para a regulação no mercado de capitais, com outro DRI fazendo acordinho na Rua Sete de Setembro (https://www.gov.br/cvm/pt-br/assuntos/noticias/cvm-aceita-nova-proposta-de-termo-de-compromisso-de-mais-de-r-1-milhao-com-executiva-da-anima-holding-s-a).
Já notaram a grande quantidade de processos envolvendo a falta de
tempestividade na divulgação de fatos relevantes e como o Xerife tem passado a
mão na cabeça dos DRIs, com a repetida aceitação de inoportunos termos de
compromisso.
Façam a seguinte experiência: digitem DRI no link “Reuniões do
Colegiado-Atas e decisões” no site da CVM. Por seguidas páginas o que se vê são
propostas de termos de compromisso para “engavetar” processos que geralmente
tratam de infrações ao artigo 157 da Lei 6404.
Resumindo: para não atrapalhar operações em curso, sempre
relevantes, os DRIs simplesmente ignoram a legislação e “pagam para ver”,
humilhando o Xerife, que assiste passivamente ao descumprimento da regra, o que
gera enorme assimetria de informações. Contratam um advogado figurão, desses
que se autointitulam “societário-raiz”, na certeza de “arquivamento” da denúncia.
O final da história todos sabem: um terminho de compromisso serve
para manter os DRIs com “ficha limpa”, com a conta caindo no colo dos incautos
acionistas. Ou vocês acham que os executivos tiram o dinheiro do próprio bolso para
pagarem os DARFs?
Abraços fraternos,
Renato Chaves
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