IBGC: tempo de refletir, tempo de mudar.
Nascido em 1995 como Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA), o IBGC mudou muito ao longo desse tempo. Virou referência no ensino e disseminação das boas práticas de governança corporativa, mas junto com os bônus da maturidade surgem algumas contradições.
Alguns
dos papos mais animados nos cafezinhos dos Congressos revelam o incômodo com a presença
dos chamados “associados pessoa jurídica”. São grandes empresas, geralmente de
capital aberto, que pagam anuidades entre R$ 12,5 mil e R$ 28 mil. O dinheiro é
bem vindo, mas será que são empresas que merecem receber o “selo” IBGC?
Já
vivi uma situação parecida e, muito incomodado, abri mão de um excelente salário – trabalhava
do lado de casa e tinha vista para o Pão de Açúcar !!! Será que não está na
hora do IBGC fazer o mesmo, abrindo mão dos associados PJ diante da falta de
compromisso de alguns com as boas práticas de governança corporativa?
Se
analisarmos, por exemplo, quais associados divulgam a remuneração dos seus
Administradores veremos que empresas associadas se escondem atrás da famigerada
“liminar chapa branca carioca”. É isso que queremos? Empresas que patrocinam prêmios
de governança, patrocinadores diamante de congressos, mas que afrontam a CVM
usando de subterfúgios jurídicos?
Temos
que ter a coragem de desfiliar essas empresas e buscar mais associados pessoa física.
Quem sabe reduzir a anuidade não incrementa o número de Joãos e Marias?
Uma
verdadeira volta às origens...
Se
você é filiado ao IBGC e considera que um ativista comprometido pode ajudar, eu
peço o seu apoio/solicito o seu voto na assembleia do dia 25/3.
Abraços
a todos,
Renato Chaves
Uma estratégia frequentemente utilizada por corporações para neutralizar manifestações contrárias a ela é remunerar possíveis atacantes. Dessa forma distribuem seus negócios por vários escritórios de advocacia, não privilegiando nenhum, mas contribuindo para o sustento de todos, pagando mensalidades a vários tipos de associações. Pode ser uma cooptação tática, pois as entidades pensam duas vezes antes de qualquer reação contrária. Acho que vale o IBGC dar transparência ao seu posicionamento ético em relação às nossas grandes empresas de capital aberto que não seguem as boas praticas de governança que ele promove.
ResponderExcluirSilvia Pereira