Justificativa para saída do Novo Mercado: me chama de otário.

Não tem jeito.... Nada de reforma de Novo Mercado; para quem não acredita em melhorias temos é que subir a régua com a criação de um “Novíssimo Mercado”. Até porque quem gosta de reforma é dono de loja de material de construção, mestre de obra e pedreiro.

Quem lê com olhos críticos o Fato Relevante de 24/7 protocolado pela controladora da Dasa na CVM vai concordar comigo: é um esculacho, um verdadeiro escárnio. Diz um trecho (texto completo no link http://siteempresas.bovespa.com.br/consbov/ArquivoComCabecalho.asp?motivo=&protocolo=478425&funcao=visualizar&Site=C): “... nesse sentido, em decorrência da Saída do Novo Mercado, a Ofertante entende poderão ser economizados custos quanto à Administração da Companhia, tais como os atrelados ao departamento de relações com investidores, diretoria e ao próprio Conselho de Administração, bem como os associados a eventos do Novo Mercado...”

Como assim? Vão colocar um analista júnior para atender os investidores que porventura permaneçam na Cia? Alguma Diretoria será extinta? E o Conselho? Vai ser formado por amigos do dono, sem independentes? Ou serão convidados amigos de balada do CEO?
E mais: “... tal saída representará .... desoneração de regras de governança corporativa que, não apenas em nossa visão, mas na de muitos participantes do mercado, não mais condizem com as vantagens auferidas pela listagem no Novo Mercado, conforme destacamos abaixo.”

Não é de se estranhar que a Bovespa contestando o laudo de avaliação da Oferta.

Menos transparência, esse é o argumento velado, oculto nas entrelinhas. E a reação deve ser rápida para separarmos o joio do trigo, sob pena de vermos nascer uma doença contagiosa. Trazer para um novo patamar de governança somente as empresas que não se escondem covardemente debaixo de um papel chamado liminar, por exemplo.

Como diria o poeta e amigo cearense Luiz Oswaldo Santiago em seu poema Vanguarda:

Quem vai na frente
Não vê caminho
Cai no buraco
Pisa no espinho

Pés machucados
Olhar dolente
Mãos calejadas:
- quem vai na frente

Quem vai na frente
Não vê estrada
Em plena mata
Abre picada

Cavando a terra
Joga a semente
Não colhe flores
Quem vai na frente

Quem vai na frente
Não tem asfalto
Não tem conforto
Só sobressalto

Planta e não colhe
Luta e não vence
Sofre e não canta....
Quem vai na frente

Mas abre estradas
Planta caminhos
Buracos tapa
Arranca espinhos

E deixa flores
Quem sempre faz
Feliz e alegre
Quem vem atrás

Abraços a todos,

Renato Chaves

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