Manipulação de taxas, lavagem de dinheiro e fraudes contra clientes: a ficha corrida de grandes bancos.

Barclays PLC, Citigroup Inc, Deutsche Bank AG, Goldman Sachs Group Inc, Morgan Stanley, Royal Bank of Scotland Group PLC e UBS AG. Todos investigados por manipular avaliações de ativos “podres” no período pós-crise (vide reportagem do Valor de 9/1: “Investigação federal mira bancos de Wall Street”). A investigação nos EUA ainda não terminou, mas o final esperado é mais um conjunto de acordinhos de alguns bilhões de dólares, dependendo do grau de safadeza de cada um. Acordinhos como aquele que comprou de volta a reputação do todo poderoso/ficha-limpa J.P.Morgan, por singelos US$ 13 bilhões de “multa”.

Não podemos esperar alguma punição verdadeira, pois nesses casos sempre prevalece a lógica de mercado: todos são grandes demais para quebrar.

Em tempo: como o tema corrupção ganha destaque nas manchetes de nossos jornais (com direito a nova Lei), vale a pena refletir sobre um acordinho assinado por uma empresa multinacional estrangeira cujo nome começa e termina com a letra A: pagamento de suborno, usando empresas de fachada, laranjas e contas secretas (notinha de canto de página no jornal Valor de 10/1). O montante parece acanhado – US$ 384 milhões – mais joga luz sobre o papel das instituições financeiras multinacionais, que viabilizam tais operações em paraísos fiscais. Depois não ainda reclamar de terrorismo, tráfico de drogas, etc. Tá tudo junto, "garrado" e misturado.

Quem não se lembra do empréstimo no Uruguai para um certo presidente da República (elle mesmo) e das operações financeiras de mentirinha de um certo banco mineiro, essas mais recentes ... Não tem jeito: tem que liquidar a instituição financeira e colocar CEO em cana, pois as multas não comovem banqueiros, nem confiscam iates.

E tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. Vamos esperar a próxima leva de acordos que servem para recomprar a reputação, todos imorais.

Abraços a todos,

Renato Chaves

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