Baixas contábeis de US$ 14 BILHÕES: e ninguém chamou a polícia !!!

Causa espanto, especialmente a um apaixonado e eterno estudante das Ciências Contábeis, a matéria do jornal Valor do dia 18/1 (página B11) que noticia a saída, por renúncia, do Diretor Presidente e do Diretor de Estratégia de uma das maiores mineradoras do mundo após a baixa de incríveis US$ 14 bilhões, isso mesmo, BILHÕES, em ativos de alumínio (US$ 11 bilhões), carvão (US$ 3 bilhões) e outros “ativos menores”. Isso depois de promover uma “baixa” de US$ 8,9 bilhões em 2011 !!!
Decisões equivocadas de investimento? Premissas construídas por gananciosos bancos de investimento que não se confirmaram? CEO bom de conversa que convenceu o conselho de administração que é melhor comprar outras empresas (EBITDA garantido?) do que desenvolver a própria empresa? Ou como diria a hiena Hardy: oh dia, oh azar....
E a forma de saída? O cara de pau renuncia, no melhor estilo de senador alagoano. Inabilitação para administrar uma grande empresa, pelo menos uma capital aberto? Nada. Gerindo mal assim não dá nem para pensar em abrir uma “padoca” na Moema.
Nenhuma linha sobre o “colega” contador. E a empresa de auditoria. Não sabia de nada? O Ibracon australiano não vai abrir um processo na comissão de ética? Ou vão sair em defesa dos “colegas” dizendo que a baixa só foi feita por pressão dos auditores. Conversa fiada, afinal o auditor sabe quem paga a fatura no final do mês.
E os bancos de investimentos que “assessoram” a empresa na compra desses ativos mediante remunerações nababescas? Será que todos sairão livres dessa? E os fundos de investimentos ativistas – os KKK de blá, blá, blá do norte da Europa – vão mandar cartinhas “esperneantes” para a CVM local?
Como diria Chico Buarque/Julinho da Adelaide: chama o ladrão, chama o ladrão...
Abraços a todos e uma boa semana,
Renato Chaves

Comentários

  1. Excelente post. E esses profissionais ainda ganham bônus por isso... Pior: são endeusados pela imprensa como super executivos, super agressivos, super competitivos. O problema é que muitos deles esquecem a responsabilidade com o acionista, com a empresa, enfim, com o mundo. Como dizia o comercial de automóvel: "está na hora de comerçarmos a rever nossos conceitos".
    Roberval Silva e Silva - Rio de Janeiro

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    1. Caro Roberval,
      Concordo com você. Fazem lobby para aparecer na capa da Exame ou na página dupla no Valor, mas escondem dos acionistas a informação sobre remuneração. Será medo de revelar que ganham mais pelo tamanho das organizações do que pelo valor que agregam?
      Abraços,
      Renato Chaves

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  2. Caro Renato,
    Como seria possível os executivos esconderem dos acionistas a sua remuneração, se são os próprios acionistas que a aprovam?
    Talvez seja conveniente qualificar o termo "acionista", pois existem vários tipos, inclusive os próprios executivos, muitas vezes com remunerações pesadamente baseadas em ações.
    Abraço,
    Carlos Eduardo

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  3. Caro Carlos Eduardo,
    Falta transparência, pois os acionistas aprovam uma verba global e a divisão é sempre nebulosa.
    Tambem noto que a votação da verba global não merece a devida atenção nas assembleias: números "grandes" são aprovados no pressuposto de que empresa que fatura bilhões tem que pagar muito bem.... Milhões são tratados até com certo desprezo, ficam em 2o/3o plano.
    Além disso, temos a liminar fajuta que limita a divulgação das informações preconizadas pela Instrução CVM 480, que permitiriam identificar distorções.
    Resumindo, uma falta de compromisso com a transparência.
    Abs,
    Renato Chaves

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